Asylum, Madeleine Roux - Resenha

Já que havia prometido uma resenha completa de Asylum, vim pagar minha dívida. Minhas resenhas são sempre divididas em quatro partes: A primeira falando o resumo da história, a segunda falando sobre a estrutura, ( então, escrita, como a autora abordou, etc.), no terceiro a história comentada por mim e para finalizar uma ficha rápida de classificação.

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ASYLUM - MADELEINE ROUX
( Essa resenha é livre de spoilers )

Sinopse
Estrutura e Narração
Comentários da Mary
Ficha da Maryotecária

Sinopse

Durante o verão a universidade New Hampshire College, oferece aos alunos mais novos a experiencia de passar as férias em cursos preparatórios para que conheçam um pouco mais do seu trabalho. Dan Crawford acaba se interessando pela oferta e encara uma viagem até o outro lado do país. Ao chegar lá, Dan se depara com um campus lotado e algo estranhamente perturbador: o campus havia comprado um novo prédio para abrigar os alunos do curso de versão, um antigo hospício desativado e caindo aos pedaços conhecido como o antigo Brookline. 

Apesar de tudo, a universidade estava reformando o prédio para parecer mais agradável e aquele parecia mais um verão para conhecer pessoas novas. O que Dan não sabia é que sua vida e de seus novos amigos Abby e Jordan mudariam para sempre depois de sem querer entrarem em uma das salas trancadas do antigo Brookline e descobrirem que o presente deles está mais conectado ao passado daquele lugar do que imaginam.

Estrutura e narração

Em relação a narração do livro não se pode reclamar. Ele segue pelo modelo que já conhecemos, então "Começo| Meio | Fim" o que ajuda muito pois a história em si já te dá muitos detalhes para lembrar e talvez se não seguisse por essa linha podia dificultar as coisas. É uma narrativa sem muitos rodeios, você não vai perder capítulos e mais capítulos desnecessários. Na verdade, todos eles fazem parte de algo maior, dessa forma, se voltar e reler o livro vai perceber que vão sendo dadas algumas dicas ao longo do enredo.

A história é bem original, mesmo que seja como quase todas as narrativas de terror/suspense onde um grupo de pessoas tem um mistério para resolver. Fora isso o rumo que a história toma é surpreendente, Madeleine Roux conseguiu se aproveitar de todos os personagens e todas as peças desse quebra-cabeças.

O fato do livro conter fotos também dá um toque mais "real" a história, principalmente por não serem ilustrações. Mesmo que algumas delas sejam montagem enquanto você lê tem a impressão que na verdade tudo aquilo aconteceu e foi documentado. Além disso, toda a arte do livro, da capa até as orelhas são muito bem feitas e apesar de perturbadoras, chegam a ser lindas. 

Madeleine Roux, consegue te prender em todas as páginas, até mesmo quando nada "ruim" está acontecendo. É um dos poucos livros que já te apresentam um problema antes do quinto capitulo. Para as pessoas que tem problema em se prender a história, ou que desistem quando ela demora muito para acontecer, Asylum é uma boa indicação. Não encontrei nenhum erro ou falta de coerência durante a leitura e a tradução foi impecável.

Comentários da Mary

Eu gosto livros de suspense, mas AMO livros que me deixam tanto na adrenalina que mesmo depois de fechar continuo vivendo aquilo. Asylum foi uma leitura bem rápida para mim, fácil de fazer e não foi nenhum pouco cansativa.

Os personagens são muito "reais", digo isso porque eu conseguia ver muitos dos meus amigos, pais, professores neles. As personalidades não parecem forjadas sabe? Existem detalhes em todos eles que você acaba se identificando ou identificando alguém. Mais do que isso, eles tem uma vida fora do Hampishire. Já leu aqueles livros que parecem que os personagens não viviam antes da narração? Não tinham problemas ou o  problema só surgia naquele livro? Desde o Dan, até a Abby Valdez e principalmente o Jordan - o trio principal -todos eles apresentam problemas e vidas, tem família, tem segredos, tem traços de personalidades alguns que ficam mais claros que os outros. Até mesmo os "figurantes" apresentam muita personalidade, tem uma rotina também.

Só para acrescentar algo que achei relevante quanto ao Jordan. No começo foi um personagem que não sabia muito se ia acabar gostando porque de primeira ele me parecia só um "babaca", talvez porque pegasse muito no pé do Dan? Bem, depois que fui conhecendo um pouco mais sobre ele, acabei me apaixonando e queria definitivamente uma pessoa assim na minha vida. O ponto relevante e que é dito logo nas primeiras páginas, é a respeito do Jordan ser gay. Não sei se só eu tenho essa impressão, mas não lembro de ter lido nenhum livro que mostrasse a questão que Asylum levanta sobre você ter que fingir o tempo todo para a família algo que você não é de repente te levarem para um lugar onde tem liberdade total de ser o que é. Gostei do modo como essa liberdade parece ir mudando ele aos poucos, da metade para frente do livro ele parece até outro Jordan.

Enfim, para não me alongar nisso dos personagens, Asylum não é aquele livro onde tem cinquenta personagens e você só vê função para cinco deles. Todos que aparecem tem relevância, TODOS, mesmo que seja só para morrer - e ainda assim até a morte vem por uma razão muito maior. Principalmente - mas vou evitar nomes - aqueles que fazem poucas aparições, eu ao menos até me esquecia de alguns deles de tanto que demoravam a aparecer e JAMAIS imaginaria que faziam parte da trama de forma tão intensa.

Amei o cenário em que a história se passa, especialmente o Brookline que já me dava arrepios assim que vi a foto dele em uma das páginas. Até queria dizer que é pelo fato dele "parecer" real, mas ele realmente é. Fiquei meio assustada quando vi que metade das fotos do livro não eram montagem mas de pacientes e lugares reais. Apesar de achar a ideia de torturarem pacientes e documentarem isso repugnante, eu não teria um outro jeito de ilustrar um livro como Asylum que não fosse dessa forma. Nesse caso, usar desenhos daria a sensação de coisa "fictícia" e entendo que não foi essa a intenção da Madeleine.

Além disso, a trama trabalha muito com essa ideia de ligar o passado ao presente. Tanto em relação ao Brookline e a Universidade, tanto com o Dan e o Daniel Crawford - diretor do Brookline quando funcionava. É um tipo de flash-back que você QUER ver, você QUER saber. Já li alguns livros com flash-back que eu implorava para parar, porque estava começando a deixar a história confusa. No caso de Asylum são bem sutis não sei nem se "Flash-back" seria a palavra certa de tão leve.

Mesmo que eu não possa contar do final, ele é INESPERADO, não tenho outra palavra para isso. Quando a primeira trama termina você tem uma sensação de alivio imensa, como se as coisas fossem voltar ao normal e de repente BANG não era nada disso.

Na minha humilde opinião, Asylum é o primeiro livro de uma sequencia fantástica - que já acabei de ler e farei resenha de todos - compre o livro e se entregue de verdade, tenho certeza que vai gostar.

Ficha da Maryotecária:
Titulo: Asylum
Autor: Madeleine Roux
Editora: Vegara e Riba
Ano da edição: 2014
Gênero: Suspense/Terror
Tempo de leitura: 2h00.

Narração: ★★★★★ (5/5)
Personagens: ★★★★★ (5/5)
Baldes de sangue*: ★★☆☆☆ (2/5)
Terrormetro*: ★★★★☆ (4/5)
Classificação final: ★★★★☆ (4/5)

*categoria apenas para livros do gênero suspense/terror.